Veganismo é um estilo de vida no qual buscamos excluir toda e qualquer forma de exploração animal. Seja no vestuário, nos produtos de limpeza, na alimentação e nos cosméticos que usamos, tudo aquilo que for possível fazer para não ser conivente com a crueldade animal, nós, veganos, faremos.
Animais são seres sencientes, ou seja, possuem sentimentos e sensações de forma consciente. Os animais que são considerados alimentos, por exemplo, passam a vida toda em sofrimento, presos para serem mortos – e com requintes de crueldade.
Quando deixamos de explorar animais para produção de alimentos ou de outros produtos, como cosméticos, estamos fazendo um bem danado para o planeta.
Você sabia que 70% dos cereais plantados viram ração para os animais destinados a alguma etapa de produção? Toneladas de litros de água são desperdiçados nessa plantação e uma infinidade de agrotóxicos e de transgênicos contaminam o meio ambiente, intoxicando as pessoas que se alimentam da carne desses animais.
Desta forma, o veganismo acaba combatendo uma série de problemas ambientais. Mas como saber se o produto que estamos consumindo é livre de exploração animal?
Para que um produto seja vegano, ele precisa atender a basicamente duas coisas: não ter componentes de origem animal ou oriundos da exploração animal e não ser testado em animais.
Aqui, um alerta: veganismo não tem nada a ver com naturebismo. Cosméticos No Poo e Low Poo parecem, de fato, ser mais naturais, pois não contêm sulfatos fortes, petrolatos ou parabenos. Fácil confundir e achar que tudo o que é orgânico, natural ou No e Low Poo é vegano.
Muitas empresas estão apostando na bandeira do veganismo como gancho para vender seus produtos, modificando a composição de suas linhas e colocando os selos que garantem que seus produtos seguem os rigores veganos. Porém, este selo não é obrigatório, tampouco passa por vigilância, pelo menos aqui no Brasil.
Falo aqui dos selos “Cruelty Free” e “Produto Vegano”. Essa distinção é importante. Cruelty Free se refere a um produto que não passou por testes de laboratórios com animais. Mas, para ser verdadeiramente vegano, é preciso que ele não advenha de nenhum tipo de exploração animal (um exemplo de insumo que provém de exploração animal é o mel).
Aqui estão alguns selos que garantem que o produto seja cruelty free, mas não vegano:
Ainda que o produto possua esses selos, para não ser enganado você precisará entender o que está escrito na embalagem, desvendar muito bem a composição dos cosméticos.
Quando uma empresa aparenta não trabalhar com matéria prima de origem animal, é ligando ou enviando email para os SACs que descobrimos se também seus produtos não passam por testes em animais. Felizmente, hoje existem lojas com uma infinidade de produtos para as técnicas No e Low Poo que são veganos.
Então #GoVegan!!!
Você conhece os ingredientes que fazem parte dos seus cosméticos? Muitos deles são de origem animal. Aqui vai uma lista com todos eles e algumas alternativas de substituição vegetal ou sintética:
Ácido Benzóico ou Benjoim – Pode ter origem animal ou vegetal.
Ácido Caprílico (Caprylic Acid) – Ácido líquido e gorduroso do leite de vaca ou cabra. Encontrado em perfumes e sabonetes. Possui derivados, como o Triglicerídeo Caprílico. Alternativa: Óleo de palma e de coco.
Ácidos Graxos Naturais (Fatty Acids) – Pode ser composto de sebo bovino.
Ácido Esteárico (Stearic Acid) – Pode derivar de gordura de vacas, de ovelhas, de cães e de gatos sacrificados. Na maioria das vezes se refere a uma substância gordurosa tirada do estômago de porcos. Possui diversos derivados, como os estearatos. Alternativa: O ácido esteárico pode ser encontrado em várias gorduras vegetais, como coco.
Ácido Hialurônico (Hialuronic Acid) – Proteína encontrada em cordões umbilicais e em fluidos das articulações. Alternativa: Ácido hialurônico sintético, óleos vegetais.
Álcool Cetílico (Cetyl Alcohol) – Cera encontrada no espermacete (cetina) do esperma de baleias e golfinhos.
Alternativa: Álcool cetílico vegetal, espermacete sintético.
Ácido Linoléico – Ácido graxo que pode ser origem animal ou vegetal.
Ácidos Nucléicos – Encontrado nos núcleos de todas as células vivas.
Alantoína (Allantoin) – Ácido úrico de vacas e outros mamíferos. Pode ser encontrado também em algumas plantas (como confrei). Alternativa: Extrato de raízes de confrei ou sintéticos.
Albúmen, Albumina (Albumen, Albumin) – Proveniente de ovos, leite, músculos, sangue e vários tecidos e fluídos vegetais. Em cosméticos a albumina geralmente é derivada de claras de ovos e usada como agente anticoagulante.
Almíscar, Almiscareiro (Óleo de Civet ou Musk Oil) – Secreção seca obtida dolorosamente dos órgãos genitais do cervo almiscareiro, castor, rato silvestre e outros. Usado na fabricação de perfumes. Alternativa: Plantas com odor almiscarado.
Ambergris – Dos intestinos de baleias. Usado como um fixador em perfumes ou como realçador de sabor em produtos alimentícios ou bebidas.
Aminoácidos (Amino Acids) – Blocos construtores de proteína em todos os animais e plantas. Usado em cosméticos, xampus etc.
Aminoácido da Seda – “Para a produção da seda o casulo é fervido com a larva dentro” – Cozinhando Sem Crueldade, pág. 215.
Beta Caroteno (Veja Caroteno) – Biotina, Vitamina H, Vitamina B Pode ter origem animal ou vegetal.
Carmim, Cochonilha, Ácido Carmínico (Carmine, Cochineal, Carminic Acid) – Pigmento vermelho obtido através da compressão da fêmea do inseto cochonilha. Usado em cosméticos, pós, ruges, xampus. Alternativa: Suco de beterraba (não possui qualquer toxidade).
Caroteno, Provitamina A, Beta Caroteno – Um pigmento encontrado em tecidos animais e vegetais.
Caseína, Sódio Caseinado (Casein, Caseinate, Sodium Caseinate) – Proteína do leite. Usado em vários cosméticos para cabelo, máscaras para pele etc. Alternativa: Proteína de soja, leite vegetal.
Cera de Abelha, Geléia Real, Mel, Pólen, Própolis (Bee Wax, Royal Gelly, Honey, Pollen) – Todos derivados de abelhas
Cerdas Naturais ou Crinas (Pêlos de Animais) – Usados em escovas e pincéis. Alternativa: Sintéticos.
Cisteína (Cistein) – Aminoácido retirado de pêlos.
Colágeno (Collagen) ou Hydrolyzed Collagen – (retirado dos ossos de animais) Proteína fibrosa, de natureza mucopolissacarídica, que é constituinte essencial da substância intercelular do tecido conjuntivo. Geralmente proveniente de animais. Alternativa: Proteína da soja, óleo de amêndoas etc.
Dexpanthenol (Veja Panthenol) Elastina (Elastin) – Proteína elástica, encontrada nos ligamentos do pescoço e nas paredes arteriais das vacas. Similar ao colágeno. Alternativa: Sintética, proteína de fontes vegetais.
Emu oil (óleo de emu) – uma ave como o avestruz.
Esponja do Mar – Animal marítimo que está em processo de extinção. Tem propriedades medicinais importantes. Alternativa: Esponja sintética.
Esqualeno (Squalene) – Óleo de fígado de tubarão. Usado em hidratantes, tinta de cabelo etc. Alternativa: Vegetais emolientes como azeite de oliva, óleo de gérmen de trigo, óleo de farelo de arroz etc.
Esterol (Stearyl Alcohol Sterols) – Uma mistura de álcoois sólidos. Pode ser obtido do óleo de esperma de baleia. Usado em cremes, xampus etc. Possuí diversos derivados. Alternativa: Fontes vegetais, ácido esteárico vegetal.
Esteróide, Esterol (Steroids Sterols) – De várias glândulas de animais ou de fontes vegetais. Esteróides inclui esteróis. Esteróis são álcoois de animais ou plantas (ex: colesterol). Em cremes, loções, condicionadores de cabelo, perfumes etc.
Estrogênio, Estradiol (Estrogen Estradiol) – Hormônio feminino obtido da urina de éguas grávidas. Usado em cremes, perfumes e loções. Possui efeito insignificante em cremes e restauradores da pele, fontes emolientes vegetais são consideradas melhores.
“Fontes Naturais” (Natural Sources) – Pode significar fontes animais ou vegetais. Especialmente em cosméticos, isso significa fontes animais, como elastina, gordura, proteína e óleo animais.
Gelatina, Gel (Gelatin Gel) – Proteína obtida de pele, tendões, ligamentos e/ou ossos fervidos com água. De vacas e porcos. Utilizada em xampus, máscaras faciais, e outros cosméticos. Alternativa: Carragena, algas (algina, agar-agar, kelp), dextrina, goma de algodão, gel de sílica.
Glicerina, Glicerol (Glycerine, Glycerol) – Substância líquida, incolor e xaroposa, que é o princípio doce dos óleos e a base dos corpos gordos conhecidos. Geralmente é produzida a partir da gordura animal. Alternativa: Glicerina vegetal e sintética.
Goma Laca (Shellac Resinous Glaze) – Excreção resinosa de determinados insetos. Utilizada em laquês para cabelo. Alternativa: Cera de plantas.
Gorduras, Sebo ou Óleos Animais – Usado em cosméticos e em produtos alimentícios. Alternativa: Óleo de oliva, óleo de germe de trigo, óleo de coco, óleo de oliva, óleo de girassol etc.
Guanina – Obtida de peixes. Alternativa: Leguminosas, partículas de alumínio ou de bronze.
Lactose (Lactose) – Açúcar do leite dos mamíferos. Alternativa: Açúcar do leite de plantas.
Lanolina (Álcool de Lanolina Acetilado) – A lanolina é uma emulsão de gordura de lã, resíduo obtido na lavagem da lã de carneiro.
Lecitina Substância presente nos tecidos nervosos, mas freqüentemente obtida para uso comercial em ovos. Alternativa: Lecitina de soja e sintéticos.
Milk protein – Proteínas do leite de origem animal.
Mocotó – Obtido do cozimento das patas de bovinos.
Monoestereato de Glicerila – Pode ser de origem animal ou vegetal. Obtido a partir da reação química da glicerina – animal ou vegetal – com o ácido esteárico – animal ou vegetal.
Óleo de Castor – Usado como fixador em perfumes e incensos.
Panthenol, Dexpanthenol, Panthenyl, Vitamina B- Provitamina B-5 – Pode ter origem animal ou vegetal.
Placenta (Placenta Polypeptides Protein Afterbirth) – Órgão ou tecido que envolve o feto ou embrião. Pode ser derivada do útero de animais sacrificados. Alternativa: Algas.
Pó ou Proteínas da Seda (Silk) Silk ou Hydrolized Silk ou Silk Aminoacids (bicho da seda) – Seda é a fibra brilhante feita pelo bicho-da-seda para formar seus casulo. Os bichos são fervidos em seus casulos para retirar a seda. Pó de seda é obtido da secreção do bicho-daseda. É usado como corante em pós faciais, sabonetes etc.
Progesterona (Progesterone) – Hormônio utilizado em cremes anti-rugas. Alternativa: Sintético.
Proteínas Hidrolizadas – Podem ter origem animal. Alternativa: Proteína de soja.
Queratina (Keratin) – Proteína insolúvel, principal constituinte da epiderme, unhas, pêlos, tecidos córneos e esmalte dos dentes. Pode ser obtida nos chifres, cascos, penas e pêlo de vários animais. Utilizada em condicionadores de cabelo, xampus, soluções para permanente. Alternativa: Óleo de amêndoas, proteína de soja, óleo de amla (do fruto de uma árvore indiana), cabelo humano proveniente de salões (que iriam para o lixo).
Quitosana (Chitosan) – Fibra derivada de crustáceos,
como siris e caranguejos. Usado em cosméticos. Alternativa: Fambroesas, inhame, legumes, apricots secos e muitas outras fontes vegetais.
Tallow ou tallowate (sebo bovino) – Encontrado em sabonetes.
Tirosina (Tyrosine) – Aminoácido hidrolisado da caseína. Utilizado em cremes.
Tutano – Medula dos ossos de boi.
Uréia, Carbamida, Ácido Úrico (Urea, Carbamide) – Excretada da urina e outros fluídos corpóreos. Usada em desodorantes, pasta de dentes com amônia, enxaguantes bucais, tintura para cabelos, cremes para mãos, loções, xampus etc. Derivados: Ácido Úrico.
Vitamina A ou Retinol – Pode ser obtida de fígado de peixes, gemas de ovos, manteiga. Também pode ter origem vegetal, como no germe de trigo.
Vitaminas do Complexo B (Veja Biotina e Panthenol).
Vitamina D, Ergocalciferol, Vitamina D-2, Ergosterol, Provitamina D-2, Calciferol, Vitamina D-3 – A Vitamina D – Pode ser obtida de óleo de fígado, leite ou gemas de ovos. A vitamina D-2 pode ter origem animal ou vegetal. A Vitamina D-3 tem sempre origem animal. Alternativa: Fontes vegetais ou minerais, sintéticos.